Aeroporto do Agro pousa direto na investigação do MP: será que invadiu mais que espaço aéreo?
O que está sendo investigado?
O Ministério Público de Mato Grosso abriu inquérito para investigar se o Aeroporto do Agro, usado pela família Maggi Scheffer, foi construído em cima de áreas públicas em Cuiabá. Segundo a denúncia, parte do aeródromo ocupa ruas, áreas de preservação e até um rio. A suspeita: apropriação de terras da coletividade para abrigar a frota do agronegócio.
Quem está por trás do aeroporto?
O aeroporto pertence a Eraí Maggi Scheffer, primo do ex-ministro Blairo Maggi, e já se tornou um ponto estratégico do agro: são de 40 a 50 voos por dia, com cinco hangares no estilo “luxo corporativo”. A pista foi inaugurada em 2011 e, recentemente, ganhou um terminal novo com pompa de hub executivo. O marketing é de primeiro mundo — mas e a escritura?
Quais áreas podem ter sido invadidas?
Mapas e registros cartoriais mostram que parte do local deveria ser área de reserva florestal e vias públicas dentro do Loteamento Parque Bandeira, criado ainda nos anos 70. Só aí seriam cerca de 15 hectares — hoje tomados por pista de pouso, galpões e hangares. O Ministério Público aponta que há indícios claros de ocupação indevida e está pedindo perícia completa.
O que diz o Ministério Público?
A promotora Maria Fernanda da Costa é categórica: houve obstrução de vias públicas e apropriação privada de área que pertence ao coletivo. O inquérito investiga se a construção foi feita com base em autorizações legais ou se o empreendimento avançou mais do que devia — e em quem devia.
E qual a defesa da família Maggi?
Em nota, o Grupo Bom Futuro afirmou que não há irregularidade, que todas as aquisições são transparentes e que já venceu ações judiciais sobre o tema. Também sustentam que não houve usurpação de área pública, e sim um processo legítimo de ocupação com base em posse antiga.
O caso está encerrado?
Mas o caso segue longe de ser taxiado para o fim. Os proprietários tentam a regularização da área via usucapião, enquanto advogados do espólio de Feres Bechara alegam invasão. A briga está na Justiça. Enquanto isso, o aeroporto segue em operação — mas agora, com uma nuvem jurídica pairando sobre a pista.